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Golfinho recolhido na Nazaré recupera em Quiaios
 
O golfinho que domingo deu à praia, na Nazaré, foi transferido para o Centro de Recuperação de Animais Marinhos de Quiaios, na Figueira da Foz, onde uma equipa de biólogos e veterinários se ocupa da sua recuperação.

“Foi tratado ainda na praia com antibióticos, soro e vitaminas e recolhido sangue para análises com vista a identificar de que padece”, disse à Agência Lusa o veterinário Salvador Mascarenhas, membro da equipa de socorro.

Segundo este técnico familiarizado com a assistência a cetáceos que com frequência aparecem em situação de fragilidade nas praias portuguesas, o golfinho da Nazaré tem 55 quilos de peso, está muito magro e provavelmente é um macho adulto, da espécie “desfinus delfis”.

“É fácil distinguir o sexo, porque os golfinhos fêmeas têm duas fendas mamárias ladeando a fenda genital. No caso deste, teve que ser por apalpação para não o virarmos de barriga para cima, o que no seu estado poderia enervá-lo e fazer piorar o seu estado de saúde”, explicou o médico veterinário.

O animal vai ficar sob observação e convalescença no Centro de Recuperação de Animais Marinhos de Quiaios, que pertence à Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem (SPVS), uma instituição privada sem apoios do Estado e que vive de prestação de serviços a empresas privadas para custear os seus projectos de ajuda a animais em estado de carência.

“Por vezes, alguns animais são eutanasiados por não haver fundos disponíveis para promover a sua recuperação”, disse à Lusa este médico veterinário que trabalha em regime de voluntariado e sem ser remunerado na assistência a animais necessitados de ajuda.

“Em relação a este golfinho há alguma esperança e além disso ele vai juntar-se a um outro da mesma espécie que desde Setembro de 2007 se encontra em tratamento e observação no Centro de Recuperação de Animais Marinhos da Figueira da Foz, estando já curado, a comer bem e em fase de treino para se alimentar com peixe vivo, condição necessária para ser devolvido ao seu ambiente natural, o mar”, disse à Lusa Salvador Mascarenhas.

No entanto, o golfinho que este domingo deu à costa na Nazaré está ainda “em estado muito crítico e com prognóstico reservado”, segundo o veterinário.

Cerca de 99 por cento dos golfinhos que encalham na praia (o chamado “sindroma de arrojamento”) não sobrevivem, em qualquer parte do mundo. Em Portugal, em 2008 foram mais de uma centena as ocorrências e apenas dois se salvaram, o que mesmo assim constitui um recorde ibérico porque em Espanha apenas um sobreviveu, disse à Lusa o veterinário Salvador Mascarenhas.

“Em Portugal recuperámos a única Baleia Piloto (uma espécie rara de golfinho) a nível da Europa, mas mesmo os exemplares que não sobrevivem poderiam servir para estudo e investigação, o problema é a falta de apoios”, lamentou o veterinário Salvador Mascarenhas, que por carolice colabora no salvamento de animais marinhos.


26-01-2009
 

6 comentários

  • Sabes, amigo, tenho memória do cadáver de um golfinho que deu á costa em frente à casa da minha avó Maria , no Dafundo, quando eu tinha os meus quatro ou cinco anos. Lembro-me muito bem disso e de ter ficado triste pelo golfinho e de eu e o meu pai corrermos para ele, na esperança de ainda o podermos salvar. Isto foi há pouco mais de 50 anos. deve ter sido um dos últimos povoadores do estuário do Tejo... e de que se irão recordar os nossos netos?
    Enfim...
    Abraço.
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    Fisga 31.01.2009

    Olá amiga João. E não é que deve ser uma grande verdade? Eu fui ver esse golfinho, foi a primeira vez que fui ao Dafundo. A verdade é que não me lembro de depois disso ter visto mais os golfinhos a acompanhar os barcos. Um Abraço Eduardo.

  • Tu não me digas!? É verdade, é! A minha mãe ainda tinha fotografias dele, tiradas pelo meu pai! E lembraste de uma foca chamada Sofia que estava no aquário Vasco da Gama? Eu estava sempre lá caída para "conversar" com a Sofia. Chorei quando ela morreu de velha.
    Tu queres ver que ainda nos vimos na praia do Dafundo? Lembraste das tintureiras? Eram uns bichinhos muito roxos que andavam por ali aos montes, a nadar. Pareciam lulas roxas. Eu e o meu pai passávamos horas a atirá-las para o Tejo quando encalhavam na praia... também nunca mais vi tintureiras...e eu gostava imenso delas. Deslumbrava-me com tudo o que fosse vida...
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    Fisga 01.02.2009

    Olá amiga Maria João. Não amiga, eu nunca tinha ido à praia do Dafundo, só fui lá daquela vez, para ver o pobre bichinho, a minha praia era a praia de Algés, onde eu com 2$50, tinha direito a calção de banho, um toldo, uma toalha e um duche de água doce no fim da praia. Quanto ao aquário Vasco da Gama, quando lá fui pela primeira vez, já essa foca tinha morrido, lembro-me de ler num escaparate na entrada do aquário, sobre essa Sofia. Bons tempos amiga, que saudades que eu tenho, nem só porque era moço, como porque parece que eu nunca tive tanta família como nessa época, fazia-se uma amizade, no comboio, na praia ou em qualquer lado, com uma facilidade espantosa, hoje já nada é assim. Diz-se na minha terra: As coisas antes, eram como eram e agora são comichão. Um abraço Eduardo.
  • eheheh... agora são comichão pois! Mas tens razão amigo. Na nossa juventude éramos muito mais sociáveis e o tempo parecia passar muito mais devagar. As coisas que se faziam em 24 horas!
    Abraço grande.
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