SE O POETA ESTÁ EM GREVE...
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FADO SEM GENTE - ao cão vadio capturado
Fado liberto,
Fado que quase se evade
Se recorda a liberdade,
Ali, tão perto…
Selvagem, moldado a esmo
Por invernias, por estios,
Inventando-se a si mesmo
Na foz de todos os rios!
Fado já triste
Por ter perdido a vontade
De uivar a sua verdade
Que ninguém ouve… e desiste
Fado sem glória e sem nome,
Que se não pode chamar,
Sem mão que o afague e dome
Ou que o queira libertar
Fado sozinho,
Com frio, com fome, assustado,
Sumariamente julgado
Sem ter culpa e sem caminho…
Fado sem eira nem beira,
Sem guitarra que o abrace,
Cão sem ter dono e coleira
À espera de um desenlace
Fado inocente,
Prisioneiro indefensável
Da indiferença inegável
De tanta gente!
Maria João Brito de Sousa – 23.11.2010 – 19.08h
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ter o direito de usar a nossa própria pele.